O herpes simples é um vírus que pode afetar o ser humano provocando lesões na pele, preferencialmente nos lábios, região nasal, área genital e pálpebras.
Ele permanece no paciente infectado durante a sua vida toda, tornando-se ativo em uma ou várias ocasiões sempre que a imunidade da pessoa estiver baixa. Por isso dizemos que é um vírus “oportunista”.
A razão do herpes simples ser um problema no verão é justamente essa. A exposição ao sol baixa a imunidade, por isso pessoas afetadas devem tomar cuidados redobrados nesta época.
Herpes ocular
Quando o vírus herpético afeta o olho, é grave, porque pode levar à cegueira se o tratamento for retardado, mal conduzido ou negligenciado. É necessário um tratamento imediato e dentro do regime solicitado pelo médico oftalmologista.
Geralmente a pessoa que apresenta lesão herpética no olho já teve o mesmo problema em outra parte do organismo. Neste caso, repetimos: deve-se procurar o tratamento adequado e nem pensar em se automedicar.
O correto é relatar o quanto antes o problema ao médico para evitar o uso de colírios e pomadas com corticoide. O corticoide deve ser somente usado com o rigoroso acompanhamento do médico responsável, que julgará risco e benefício.
Quanto aos sintomas oculares, vão desde a sensação de corpo estranho e sintomas comuns a qualquer conjuntivite até a dor intensa e perda da acuidade visual do olho afetado. Toda conjuntivite unilateral deve levantar esta suspeita e o diagnóstico poderá ser mais rápido e preciso se a pessoa não omitir que já realizou tratamento para conjuntivite herpética em outra época de sua vida.
O histórico de herpes labial ou em outra região do corpo também ajuda o médico a pensar nessa possibilidade frente a um quadro de conjuntivite aguda.
Como evitar a contaminação
Se a pessoa com lesão herpética não tomar cuidados específicos, as feridas e bolhas abertas podem contaminar outras partes de seu próprio organismo, por exemplo, transmitindo o vírus da boca para os olhos, e também passá-lo para outras pessoas.
Na fase de feridas com crostas e bolhas é preciso:
• lavar as mãos com frequência;
• não coçar as feridas;
• separar copos e talheres para evitar a contaminação através de objetos.
Quando cicatrizada a lesão, o contágio não acontece mais.
Hoje já existem exames para identificar o herpes simples, mas os sintomas e sinais clínicos ainda são os melhores aliados para o diagnóstico correto. Deve-se evitar repetir o tratamento anterior e não usar colírios que foram indicados para outro tipo de conjuntivite.
Não é raro o paciente que já apresentou ceratoconjutivite por herpes tentar a medicação por conta própria na esperança de evitar um exame médico, e este é o fato que gerou minha preocupação e a publicação deste artigo no verão.
Época de muita curtição e também de poucos cuidados em geral nos ambientes de praia. Evite exposição prolongada ao sol se já sofreu com lesões herpéticas, use chapéu ou guarda-sol de boa qualidade, e não se automedique.